Ponzano transforma-se numa verbena espontânea todos os sábados. Esta rua de Chamberíé o último bastião no centro da cidade para a prática deste passatempo local: o bar-hopping, embora nesta rua tenha o seu próprio nome, ponzaning. Infelizmente para os vizinhos – que têm associações e até contas no Twitter contra o ruído – e felizmente para os hoteleiros, a rua, e por conseguinte a zona, estão na moda.
Isto foi confirmado pela revista Lonely Planet num artigo viral em 2019, e a escalada de aberturas de bares e restaurantes já não é um problema. Quase todos os estabelecimentos da zona se dedicam a este ofício, desde os tradicionais bares de tapas e petiscos, como o El Doble ou o Fide, até aos restaurantes mais promissores, como a Sala de Despiece, onde até se pode encontrar Dua Lipa.
1. Agarimo
Ver, chegar, montar um restaurante, criar um menu com o melhor da Galiza, consolidar em poucos meses e (sim) ganhar. Agarimo, dirigido por Guille Rivera – 26 anos e formado no Le Cordon Bleu – é uma taberna fiel aos produtos sazonais, às raízes do seu muito jovem proprietário e à ideia de não desperdiçar nada. A ementa é renovada quase semanalmente e já conquistou locais e estrangeiros.
Cerca de 30€ por pessoa.
📍Calle de Bretón de los Herreros, 27
2. Lana
Os proprietários de Lana são de origem argentina e na Argentina preparar as suas carnes é um ritual. Há um estudo quase milimétrico baseado nas raízes familiares, no respeito pela tradição gastronómica argentina e na qualidade do produto. O olho de boi é de uma qualidade extraordinária. E o ritual na hora de o comer começa antes de chegar à mesa: escolhe-se previamente a faca – o cabo varia – que se vai usar para o cortar. Uma oportunidade para experimentar uma das melhores churrascarias de Madrid.
Cerca de 60 euros por pessoa.
📍Calle de Ponzano, 59
3. Candeli
Uma boa carne (um bom produto, na verdade) é indiscutível e Candeli sabe-o. Cozinha de mercado (atenção especial ao peixe e ao marisco trazidos diretamente das melhores lotas de Espanha) e um produto que se destaca de todos os outros: os cortes das suas carnes grelhadas. O bife do lombo, o lombo de vaca ou as costeletas de leitão.
Entre 45 e 70 euros por pessoa.
📍Calle de Ponzano, 47
4. Bichopalo
A cozinha do Bichopalo só pode ser definida pela sua qualidade: a nuance autoral é absoluta e na escolha dos pratos não há indício de uma gastronomia de origem ou tipologia específica. É um restaurante que nasceu no Mercado de Barceló e que há algum tempo se mudou para a zona de Ponzano. A única coisa que oferece é um menu de degustação, pratos fixos (as ostras ou os ovos com terra de shitake) e uma grande vontade de dar luta.
O menu de degustação custa 35 euros.
📍Calle de Cristóbal Bordiú, 39
5. Sala de Despejo
A Sala de Despiece nasceu em Ponzano e é a eterna promessa da rua. O conceito e a decoração giram em torno dos antigos talhos, com ganchos, facas e um aspeto de câmara frigorífica. São servidos pratos, tapas e porções, que continuam a linha visual sem perder a qualidade. Esta coerência estética cria uma experiência pretendida que é uma pepita de ouro entre os restaurantes com visão de futuro.
Cerca de 50 €.
📍 Calle de Ponzano, 11 (e também na Calle de la Virgen de los Peligros, 8).
6. La Lianta
La Lianta de Ponzano foi o primeiro estabelecimento do Grupo Lalala e tornou-se um clássico da rua. É um bar de bairro modernizado, uma taberna do século XXI: paredes de tijolo nu, mesas altas ancoradas na parede, um grande bar com torneiras de cerveja e azulejos de estilo lusitano. Perfeito para tapas entre caña e caña.
Cerca de 15 €.
📍 Calle Ponzano, 10
7. Fide
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O Fide não pretende ser um bar de bairro: é-o e sempre o foi. Esta cervejaria, que conhece bem a sua clientela, serve uma versão mais cuidada das habituais tapas e raciones: marisco fresco ao lado de enchidos de porco ibérico e soberbas latas de conservas (berbigão, mexilhão, ventresca). E não se esqueça das suas porções de anchovas e anchovas.
Entre 20 e 30 €.
📍 Calle Ponzano, 8
8. El Invernadero
Se tivéssemos de resumir a essência do El Invernadero em apenas três palavras, bastaria dizer “alta cozinha verde”. E seria uma definição concisa, mas não totalmente completa: na proposta gastronómica de Rodrigo de la Calle, as raízes, os cogumelos, os fungos e os caules são os protagonistas do menu.
Um menu inclusivo com estrela Michelin, no sentido em que tem em conta as necessidades e preferências de todos os possíveis comensais: omnívoros, veganos, vegetarianos e também celíacos e diabéticos. O menu é também marcado pelo carácter sazonal dos produtos.
Menus entre 130€ e 165€.
📍 Calle Ponzano, 85
9. Neotaberna Santerra
A mais recente adição ao seu currículo é o mérito de ter ganho o título de melhor sanduíche de Espanha no Madrid Fusión deste ano – aqui o criador e chefe de cozinha da Neotaberna Santerra, Máximo Benagues, de Cuenca, conta-nos como o faz. A propósito, só servem 10 sanduíches por serviço.
Na sua ementa encontram-se tapas “neo-castiza” que vão desde os (também) premiados croquetes de presunto – uma receita, nesta ocasião, do chefe Miguel Carretero – até à versão basco-mexicana da gilda com atum e jalapeños. Ou os rejos chili peppers, a sua sandes de lula. Um lugar diferente (e essencial) para tapas “finas” na área.
Cerca de 30 euros por pessoa.
📍Calle Ponzano, 62
10. Frankie Burgers
A grande variedade de hambúrgueres oferecidos em Madrid pode ser esmagadora, e é por isso que nunca é demais ter uma espécie de filtro para o ajudar a escolher. Um deles é o Campeonato de Hamburguesas de Espanha e , de acordo com esta competição, em 2022 o terceiro melhor hambúrguer de Espanha será feito no Frankie Burgers.
O hambúrguer em questão é o Super Frankie Cheese, feito com 250 gramas de carne de vaca, duplo cheddar, duplo bacon e molho Frankie. Mas a lista é completada por outros sete hambúrgueres, entre os quais há também uma opção vegetariana.
Cerca de 30 euros por pessoa
📍 Calle Ponzano, 46
11. Coreia
Um dos melhores coreanos de Madrid? Nós diríamos que, juntamente com o restaurante Seoul (Ronda de Segovia), são uma referência obrigatória para quem gosta da cozinha deste país. O Korea está em Madrid desde 1983 (o primeiro restaurante coreano a abrir na cidade) e faz parte do circuito de restaurantes apoiados pela Korean Food Foundation. Por outras palavras, tem o selo oficial da máxima autoridade na divulgação da cozinha coreana no mundo.
E o que pedir? Tudo. O cardápio é uma delícia, mas, obviamente, temos favoritos: o Bibimbap (e deixe o molho picante de gochujang fazer o trabalho), o mandu frito (algo como gyozas coreanas) e o Bulgogi para compartilhar (carne de boi marinada em soja e gengibre que você pode cozinhar a seu gosto e comer dentro de uma folha de alface com molho de gochujang).
Uma recomendação: reservar com antecedência, pois é um restaurante muito popular (especialmente aos fins-de-semana) e, se quiser viver a autêntica experiência coreana, recomendamos que reserve uma mesa no pequeno salão do primeiro andar, ao qual não falta nenhum pormenor. Vai sentir-se como se estivesse em Seul.
Cerca de 30 euros por pessoa.
📍Cristóbal Bordiu, 59
12. Mo de Movimiento
Mo de Movimiento não é um restaurante, é um projeto e quase uma experiência. É um espaço onde a sustentabilidade está em primeiro lugar, acima de tudo e acima da estética. Tudo é medido em função da pegada ecológica que gera, desde o prato que chega à nossa mesa, à arquitetura do espaço, aos materiais utilizados em todos os processos… e até aos uniformes da equipa.
O epicentro do seu menu são as pizzas assadas no forno, feitas com ingredientes sazonais e locais. Não em vão, as farinhas utilizadas para as suas massas são de Sigüenza e Molino de Cerecinos (Zamora), por exemplo. E os ingredientes que coroam cada uma destas pizzas vêm de um canto de Espanha (como as courgettes de La Vera ou os ovos de Ávila, os enchidos ibéricos de Jerez de los Caballeros, os legumes da época de Alfaro, Galiza, Cádis…). Poderá verificar no menu a origem de cada ingrediente: é a verdadeira rastreabilidade.
Cerca de 30 euros por pessoa.
📍Espronceda, 34
13. Sylkar
Batatas, ovo, sal… Como é que algo tão simples se pode tornar num dos pratos mais complexos da cozinha espanhola? Seja com cebola, seja sem cebola, seja melhor espalhada e mal cozinhada à moda de Betanzos, seja compacta e dura como um livro… para todos os gostos, há uma omeleta. Mas se há uma que une os madrilenos em torno de uma barra de metal, é a de Sylkar, uma das melhores omeletes de batata da cidade.
A história do Sylkar leva-nos a meio século atrás, quando Alfredo e María abriram este bar e ofereceram um humilde pincho de tortilla com café ou cerveja. O resto é história de Madrid. Claro que aqui também se pode pedir um bom cozido madrileno, ensaladilla rusa, calamares? boas tapas, bom casticismo. Boa omelete com um pouco de requeijão.
Pincho de tortilla: 4,25 euros
📍Calle de Espronceda, 17
Este artigo foi escrito por Alberto del Castillo, María F. Carballo, Isabel Nieto e Elena Francés.