O turismo representa uma fonte de rendimento essencial para Espanha (17% da nossa economia, nem mais nem menos), razão pela qual, nos últimos anos, foram realizados estudos para compreender a imagem que os estrangeiros têm do país.
Todos os anos, o Real Instituto Elcano publica uma análise monográfica que avalia o prestígio da nação dentro e fora das suas fronteiras. Em 2024, o país obteve uma pontuação de 7 em 10.
O estudo baseia-se na opinião de 5.800 pessoas de 10 países europeus – Espanha, Luxemburgo, Alemanha, Reino Unido, França, Dinamarca, Itália, Roménia, Países Baixos e Bélgica – sobre a Espanha. A análise mostra que, para a maioria dos inquiridos (com exceção dos italianos e dos franceses), a Espanha é um destino ideal a visitar pela sua produção artística e cultural. No entanto, em termos de investimento, desenvolvimento tecnológico e compras, tem uma reputação inferior à dos outros países do inquérito.
Qual é, então, a reputação da capital?
Quanto a Madrid, uma análise da atratividade turística da cidade em 2023 mostrou que 86% dos turistas estavam satisfeitos com a sua visita e 92% consideravam-na um destino seguro.
Embora o Real Instituto Elcano ainda não tenha publicado uma análise monográfica da cidade em 2025, o seu estudo de 2022 sobre a imagem da capital deixa claro que a “marca Madrid” ainda tem áreas a trabalhar: principalmente os seus fracos laços com o mundo dos negócios.
Embora a maioria dos estrangeiros inquiridos associe a cidade à gastronomia, ao desporto e a uma boa qualidade de vida, afirmam que não investiriam na cidade. Por outro lado, o estudo concluiu que a perceção dos estrangeiros que tinham visitado Madrid era mais positiva do que a dos que nunca a tinham visitado.
Tudo isto mostra que existe um desfasamento entre a imagem da capital e a realidade. O Instituto Elcano sugere que sejam adoptadas novas estratégias para tornar a cidade conhecida internacionalmente.
Monocultura e… falta de edifícios emblemáticos?
Em recentes análises monográficas do Instituto Elcano, verificou-se uma tendência para associar o território espanhol em geral, incluindo Madrid, às touradas e ao futebol, deixando de lado instituições culturais como o Museu Reina Sofía ou o Thyssen-Bornemisza, sobretudo entre os estrangeiros que nunca tinham visitado o país.
Além disso, tal como acontece com outras cidades, como Xangai ou Seul, a maioria dos estrangeiros que não visitaram a capital não associam Madrid a um marco ou edifício específico (apesar de todo o seu património histórico e artístico). Por outro lado, fazem-no com Paris e a sua Torre Eiffel, ou Londres e o seu Big Ben.