“Mi amore, Mi amore, Espresso macchiato, macchiato, macchiato, macchiato, Por favore, Por favore, Espresso macchiato corneo…” O refrão cativante, a dança divertida, um cenário hilariante e a interpretação de um Tommy Cash no seu melhor, fizeram da canção Espresso Macchiato uma das favoritas para vencer a Eurovisão de 2025. Não ganhou. Mas ficou em terceiro lugar. Agora, Tommy Cash anuncia uma digressão europeia com paragem em Madrid no outono. Será a 27 de novembro na Sala Mon e os bilhetes serão postos à venda a 23 de maio.
A Itália venera, diariamente e com fervor, a gastronomia do seu país. Tal como reduzir o esparguete para metade ou acrescentar natas ao molho carbonara é uma heresia, também o é rir de um dos seus costumes mais difundidos: saborear um Espresso Macchiato (ou, em geral, saborear um bom café). A representante da Estónia na Eurovisão deste ano surpreendeu com uma canção que mistura inglês e italiano e que faz referência explícita a alguns dos clichés típicos do país alpino. Entre risos, ironias e críticas, a Itália ficou destroçada.
Mas é isso que se passa com um artista como Tommy Cash: com a sua irreverência e a sua forma de estar no mundo, conquistou os corações dos italianos ao beber um Espresso Macchiato (não em vão, a Itália deu 7 pontos na votação profissional à Estónia e 10 pontos na votação popular). A verdadeira polémica reside talvez nos 8 pontos atribuídos a Israel pelo júri profissional italiano.
O universo artístico de Tommy Cash
Para muitos, Tommy Cash pode parecer uma aberração que chegou à Eurovisão da mesma forma que Rodolfo Chikilicuatre chegou para a Espanha em 2008. Por outro lado, Cash passou anos a criar o seu próprio universo artístico e performativo, muito ativo nas redes, crítico e incisivo em cada uma das suas peças. Incómodo, estranho, único.
Para além da sua faceta musical, Cash é reconhecido como um artista visual que mistura a estética pós-soviética que o viu crescer com eventos e tendências globais. Fá-lo com um humor retorcido, cínico e até negro. O seu carisma e este ponto de vista incisivo e artístico sobre o planeta valeram-lhe várias colaborações com artistas como Charli XCX, Joji, Boys Noize, A.G. Cook, Little Big, Salvatore Ganacci…