O facto de os madrilenos serem um pouco exigentes com a água da sua região pode ou não ser justificado, mas há uma razão que sustenta a qualidade da água bebida na capital: as 14 barragens da Comunidade de Madrid, que são também uma parte fundamental das actividades de lazer aquático da região.
Estes reservatórios são todos artificiais, razão pela qual não são albufeiras, apesar de os nomes serem muitas vezes erradamente trocados. Só é permitido tomar banho em duas das praias da barragem de San Juan, uma delas com bandeira azul, e nem todas são navegáveis, mas passear pelas suas margens refresca sempre o corpo e a mente.
1. Represa de San Juan
Raramente se ouvirá falar de um reservatório, mas mesmo que seja, o popular reservatório de San Juan tem todos os motivos para ser a praia mais concorrida de Madrid.
A apenas 50 km da capital encontra-se a barragem de San Juan, um clássico dos verões madrilenos e dos desportos náuticos. Tem duas áreas de lazer principais: a praia Virgen de la Nueva, que tem bandeira azul, e El Muro.
É possível praticar todo o tipo de desportos náuticos, desde a vela até ao caiaque. A canoa, que pode ser alugada no local, também permite chegar às pequenas enseadas que de outra forma não são tão acessíveis, e são perfeitas para descansar os braços do remo, comer longe das multidões e conhecer o reservatório.
📍 A 71 quilómetros do centro de Madrid
2. Albufeira de Picadas
No sopé da Serra de Gredos encontra-se a barragem de Picadas, 92 hectares que foram elevados acima do rio Alberche em 1952. Juntamente com a barragem contígua de San Juan, é uma das mais populares durante o verão, porque, embora esta barragem não tenha uma zona de natação, é navegável.
É uma barragem longa e estreita onde se podem fazer percursos pela via verde em bicicleta e caiaque. A melhor maneira de começar a sua aventura, seja em terra ou na água, é na zona do parque de estacionamento, onde existem várias empresas que alugam canoas.
📍 A 60 quilómetros do centro de Madrid
3. Barragem de Atazar
A barragem de Atazar é a maior da Comunidade de Madrid, sendo responsável por 46% do volume de água represada da região. Está situada na Serra Norte, a cerca de uma hora da capital. É também conhecida pela sua enorme dimensão como “o mar de Madrid”.
Faz parte do Canal de Isabel II desde a sua criação e está rodeado pela chamada Mancomunidad del Embalse del Atazar, que inclui aldeias tão distintas como El Berrueco. As barragens de Riosequillo, Puentes Viejas e El Villar também pertencem a esta bacia do rio Lozoya.
A paisagem é particularmente atractiva devido à litografia do terreno constituída por ardósia, que se vê frequentemente aplicada na arquitetura da zona, bem como pelos carvalhos e azinheiras que completam a paisagem. Por se tratar de uma albufeira de grandes dimensões, são também permitidas pequenas embarcações, mesmo sem motor. O percurso aquático tem o atrativo adicional de poder passar por baixo da ponte do Canal El Villar e ver de perto os muros colonizados por aves de rapina.
📍 A 76 quilómetros do centro de Madrid
4. Represa de Valmayor
A barragem de Valmayor é a segunda maior da Comunidade em termos de quantidade de água armazenada, e é o rio Aulencia que o torna possível. As actividades aquáticas são permitidas – embora no início dos anos 2000 tenham sido proibidas devido a alegados avistamentos de crocodilos, que deram fama à barragem – mas não existe nenhum clube náutico que desenvolva actividades no local.
Situa-se no noroeste da Comunidade de Madrid, dentro do Parque Regional do Médio Curso do Guadarrama, abrangendo os municípios de: Valdemorillo, Galapagar, Colmenarejo e El Escorial. Na mesma bacia do rio Guadarrama existem duas outras barragens mais pequenas: La Jarosa e Los Arroyos.
📍 A 40 quilómetros do centro de Madrid
5. Barragem de Santillana
A barragem de Santillana é talvez menos conhecida do que as anteriores e a única da lista que pertence à bacia do rio Manzanares – sim, o mesmo que atravessa a capital, do qual também bebem as barragens de Navacerrada e El Pardo (às quais não se pode aceder), todas elas com grande capacidade.
Pertence a dois municípios: Manzanares el Real, a localidade que possui um dos castelos medievais mais bem conservados de Madrid, e Soto del Real. A barragem que dá origem a este grande reservatório artificial de água foi concluída em 1907, com o rei Afonso XIII a lançar a última pedra, e foi financiada e explorada por Joaquín de Arteaga y Echagüe, 17.º duque do Infantado, até 1967, altura em que passou a fazer parte do Canal Isabel II para o abastecimento de água à capital.
Para a região foi uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo, uma vez que perderam as terras agrícolas mais ricas da zona e, ao mesmo tempo, ganharam um Éden para as aves aquáticas, declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1993. Este cuidado com a zona faz com que esta não seja navegável nem balnear, mas é o local ideal para se iniciar na ornitologia e nas caminhadas.
📍 A 53 quilómetros do centro de Madrid