Tal como os restaurantes procuram conceitos originais para captar a atenção da cidade, as livrarias precisam de um elemento distintivo para não desaparecerem, como (infelizmente) tem acontecido a muitas delas (mesmo as “tradicionais”) nos últimos cinco anos.
A livraria Celama (Calle Don Ramón de la Cruz, número 93) tem esse algo que, como diria Andrea Reyes, a sua proprietária, convida a “relaxar, abrandar e ficar”. Para ela, “é um espaço que, por si só, dá jogo com as suas alturas, escadas e recantos”.
A Celama tem vários ambientes num só lugar: há uma secção de arte e papelaria, uma sala de literatura infantil (onde vão os contadores de histórias), recantos acolhedores para se sentar e ler e prateleiras cheias de edições ilustradas pouco convencionais.
A livraria centra-se na ilustração. Reyes desenhou para Valparaíso, Trotalibros e muitas outras editoras, e fez de Celama um verdadeiro templo para os coleccionadores de livros ilustrados. Na secção de arte e papelaria, podemos ver obras de artistas espanhóis como Fernando Vicente, Ana Jarén e Koko the Jota, que já são colaboradores habituais da loja.
“Alguns dos livros que mais vendemos foram Poeta chileno, de Alejandro Zambra, La península de las casas vacías, de David Uclés, ou La vegetariana, de Han Kang”, conta Reyes, dois meses depois de a Celama ter aberto as portas pela primeira vez. A estrela da livraria é a sua coleção de marcadores de livros com retratos de escritores. Há Matute, Zafón, Woolf, Lorca e muitos outros génios que, sem dúvida, adorariam este canto do bairro de Salamanca.
Como todas as livrarias de vanguarda, a Celama organiza eventos para reunir o amor pela literatura. Entre eles, há sessões de contos, oficinas de escrita, apresentações e até encontros às cegas com romances.
Mais livrarias únicas em Madrid
Há muitas livrarias na capital, mas nem todas se encontram no primeiro andar de um edifício antigo, nem têm uma das melhores colecções de banda desenhada do mundo. Em Madrid Secreto, vamos conhecê-las e falar com os seus proprietários para que os leitores inveterados da cidade as possam visitar.